existem um grupo de seres vivos que se lançam furiosamente sobre os carros, com aquela expressão no rosto de quem são donos do Mundo. Ou pelo menos, não o sendo, naquela pequena parcela de território, e naquele momento, deveria parar a rotação, a translação, todas as inspirações suspenderem-se para que vitoriosamente chegassem à outra margem.
poderíamos pensar que estão zangados, porque não têm carro, e então teríamos os invejosos.
poderíamos pensar estão atrasados, a família à espera, e então teríamos os oprimidos.
poderíamos pensar, estão ali há segundos e ninguém é suficientemente amável para os deixar passar, e então teriamos as vitimas da bomba atómica.
poderíamos pensar, são da cáfila do sócrates e se não os deixamos passar, logo, logo, sai uma lei que nos obriga a irmos chamá-los a casa para atravessarem.
pelo sim, pelo não, caro automobilista, se conduzir estacione!
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